A propósito da canção animada publicada em baixo, relacionada com actual preocupação com a Gripe A, gostava que se pronunciassem e dessem a vossa opinião atendendo à importância da relação afectiva no Jardim de Infância.
A minha opinião é que a afectividade, mesmo no Jardim de infância, não se esgota nos abraços e beijinhos.Estas são apenas duas formas de a expressar e há muitas outras. Também não devemos esquecer que estes cuidados são aconselhados apenas durante a vigência da contingência. Aqueles que optarem por evitar estas formas de expressar os afectos conseguirão fazê-lo de outras formas, pelo que não estarão a comprometer o desenvolvimento emocional dos seus meninos. Não há razões para complicar o que é simples. O Amor não acaba aqui.
A relação afectiva no Jardim de Infância talvez seja o pilar de tudo, aliás em toda a nossa vida necessitámos de afectos. Actualmente, e durante este período acho que nos devemos conter, só pelo simples facto de evitar o contágio da gripe A. Sara
Sem dúvida que a questão dos abraços e beijinhos é aquela que mais preocupa os educadores, pelas razões já anteriormente apontadas. Coloquei essa mesma interrogação no post "castelo protegido, soldados alerta" porque considero fundamental a definição de estratégias que nos auxiliem a preservar a saúde emocional, ou se quiserem, a minimizar o stress nas crianças. Dois aspectos que quero focar neste comentário. 1º Temos mesmo que evitar os beijinhos e abraços se quisermos minimizar a propagação da doença. Porém, esta decisão poderá levantar problemas para os quais temos que encontrar soluções que a Albertina e a Sara já deixaram no ar. Existem outras formas de manifestar os afectos, de demonstrar o carinho, a amizade e o amor. Contudo, sabemos que a cultura ocidental é uma cultura de beijinhos e abraços. Então o que podemos fazer? 2º Mudar os hábitos, apesar de não ser fácil, é a melhor alternativa à proibição. Quero com isto dizer que proibindo os beijos/abraços não é a melhor maneira para minimizarmos a propagação da Gripe (nosso principal objectivo). Temos que ser criativos e encontrar outras maneiras que levem as crianças a demonstrar os afectos sem pôr em perigo a sua saúde e ao mesmo tempo levá-las a aprender coisas novas e a satisfazer as suas necessidades. Estamos assim a tornar as crianças mais resilientes e a ajudá-las a lidar com a adversidade. É igualmente um desafio à nossa capacidade de resolução de problemas. Uma ideia poderá passar por nos distanciarmos do que conhecemos e procurarmos alternativas. Pensar noutras culturas e como é que outros povos expressam os afectos... Estou aqui a lembrar-me dos japoneses...
Não está em causa que têm de se tomar medidas e precauções mas gostava que as pessoas deixassem algo escrito que não fosse: "É claro que tem de se acabar com os beijinhos e os abraços", porque isso já todos sabemos, mas não é assim tão fácil...principalmente com crianças que ainda não foram nossas e com as quais ainda não existe uma relação e essencialmente com crianças carenciadas de afecto que precisam de mimos como de ar. Não está em causa e todos sabemos que o amor não se dá apenas através do contacto físico e, como a Glicéria diz, temos mesmo de apelar à nossa capacidade de resolução de problemas, mas não vai ser fácil.
Eu acho tudo isto muito difícil de gerir pois como vamos recusar um carinho a uma criança? E como vamos explicar a uma criança de 3 anos,(por vezes ainda nem estão feitos)que não podemos abraçá-las? Eu estou a pensar arranjar uma flor para cada criança e contar uma história em que a flor seja o"herói"; fazer crescer um sentimento de carinho pela flor e essa flor será a nossa mascote para nos cumprimentar-mos. Mais tarde farei com eles flores de plástico para esse efeito(e até podem ser lavadas). Espero ter ajudado. Ninó
Ésta questão é de dificil solução, como fazer quando uma mãe nos chega com a criança e lhe diz "dá um beijinho à professora"? Os afectos são fundamentais e nas nossas faixas etárias o contacto fisico sobrepôe-se a todas as palavras. As crianças descobrem o mundo com os sentidos e interiorizam-no dessa forma. Para quem vai receber grupos novos ainda se torna mais dificil, concordo que os afectos se podem expressar de variadíssimas formas, só que restringi-lo totalmente pode ser mais prejudicial que o virus da gripe!
Num impulso inicial respondi de imediato ao inquérito que não ia deixar de dar e receber abraços e beijinhos! Mas como recusar, acusar e conter esta entrega e partilha que tanto nos aproxima de um grupo de crianças que iremos ver pela primeira vez e eles de nós? Será de facto complicado e poderá trazer consequências nos afectos estabelecidos. Com ponderação, equilibrio e segurança procurarei estabelecer outras formas de comunicação afectiva com as crianças para que de alguma forma consiga criar laços com todas elas, procurando ilucidá-las que temporariamente este poderá ser um procedimento a evitar. Mas tal como no impulso inicial que tive ao responder ao inquérito, nunca irei negar e afastar uma criança que na sua inocência me procure para ter o carinho que naquele momento necessita!
Bom Xinha, eu estou muito atrapalhada uma vez que sou "louca" por beijinhos e abracinhos. Como é que este ano posso brincar aos abracinhos?.. Vai ser muito difícil, vai, vai... Já tinha convertido a tua canção e já a mostrei à sala. o mais complicado são os Pais, que continuam sem perceber que não dar um beijinho não é significado de má educação, é cuidado. Se calhar devia era ter mostrado este filme aos pais... Porém, como em Educação de Infância tem que se viver devagarinho e um dia de cada vez, não vale a pena estar a fazer planos. Vamos acreditar no bom senso de todos e viver simplesmente. O mais importante é ir ao encontro das suas necessidades e interesses. O resto vem por acréscimo! Luz
Glicéria, julgo que estamos perante um dilema muito grande, é evidente que nos Jardins de infância, nos entregamos de corpo e alma, agora então no inicio, em que para algumas crianças é tudo novo, como poderemos substituir o carinho, o afecto, o colinho, o aconchego, eu não consigo, ainda com a agravante, de a minha Auxiliar estar de atestado, tenho 8 crianças de 3 anos,e não tem sido muito fácil; se elas choram e querem um colinho; e aquelas que já estão comigo há 3 anos?Racionalmente sei que tenho que me "defender", mas depois na prática não é nada fácil.
Realmente esta questão é difícil...eu sou incapaz de passar um dia sem carinhos !!!Não me parece que anular por completo toda e qualquer espécie de contacto físico mais próximo seja uma solução possível, não é de todo praticável para quem trabalha com crianças!No meu caso, não são só os abraços e beijinhos, passo parte do dia no berçário, ai não há qualquer forma de evitar esse contacto próximo... Em relação ao meu grupo que já tem todos 4 anos, desde sempre que tenho o hábito de dizer várias vezes a cada um deles/as a frase "gosto muito de ti...és muito especial!", talvez nesta fase reforce este hábito, mas não vou com certeza recusar um carinho em circunstancia alguma!
10 comentários:
A minha opinião é que a afectividade, mesmo no Jardim de infância, não se esgota nos abraços e beijinhos.Estas são apenas duas formas de a expressar e há muitas outras. Também não devemos esquecer que estes cuidados são aconselhados apenas durante a vigência da contingência. Aqueles que optarem por evitar estas formas de expressar os afectos conseguirão fazê-lo de outras formas, pelo que não estarão a comprometer o desenvolvimento emocional dos seus meninos. Não há razões para complicar o que é simples. O Amor não acaba aqui.
A relação afectiva no Jardim de Infância talvez seja o pilar de tudo, aliás em toda a nossa vida necessitámos de afectos. Actualmente, e durante este período acho que nos devemos conter, só pelo simples facto de evitar o contágio da gripe A.
Sara
Sem dúvida que a questão dos abraços e beijinhos é aquela que mais preocupa os educadores, pelas razões já anteriormente apontadas. Coloquei essa mesma interrogação no post "castelo protegido, soldados alerta" porque considero fundamental a definição de estratégias que nos auxiliem a preservar a saúde emocional, ou se quiserem, a minimizar o stress nas crianças.
Dois aspectos que quero focar neste comentário.
1º Temos mesmo que evitar os beijinhos e abraços se quisermos minimizar a propagação da doença. Porém, esta decisão poderá levantar problemas para os quais temos que encontrar soluções que a Albertina e a Sara já deixaram no ar.
Existem outras formas de manifestar os afectos, de demonstrar o carinho, a amizade e o amor. Contudo, sabemos que a cultura ocidental é uma cultura de beijinhos e abraços. Então o que podemos fazer?
2º Mudar os hábitos, apesar de não ser fácil, é a melhor alternativa à proibição. Quero com isto dizer que proibindo os beijos/abraços não é a melhor maneira para minimizarmos a propagação da Gripe (nosso principal objectivo). Temos que ser criativos e encontrar outras maneiras que levem as crianças a demonstrar os afectos sem pôr em perigo a sua saúde e ao mesmo tempo levá-las a aprender coisas novas e a satisfazer as suas necessidades.
Estamos assim a tornar as crianças mais resilientes e a ajudá-las a lidar com a adversidade. É igualmente um desafio à nossa capacidade de resolução de problemas.
Uma ideia poderá passar por nos distanciarmos do que conhecemos e procurarmos alternativas. Pensar noutras culturas e como é que outros povos expressam os afectos... Estou aqui a lembrar-me dos japoneses...
Não está em causa que têm de se tomar medidas e precauções mas gostava que as pessoas deixassem algo escrito que não fosse:
"É claro que tem de se acabar com os beijinhos e os abraços", porque isso já todos sabemos, mas não é assim tão fácil...principalmente com crianças que ainda não foram nossas e com as quais ainda não existe uma relação e essencialmente com crianças carenciadas de afecto que precisam de mimos como de ar.
Não está em causa e todos sabemos que o amor não se dá apenas através do contacto físico e, como a Glicéria diz, temos mesmo de apelar à nossa capacidade de resolução de problemas, mas não vai ser fácil.
Eu acho tudo isto muito difícil de gerir pois como vamos recusar um carinho a uma criança? E como vamos explicar a uma criança de 3 anos,(por vezes ainda nem estão feitos)que não podemos abraçá-las?
Eu estou a pensar arranjar uma flor para cada criança e contar uma história em que a flor seja o"herói"; fazer crescer um sentimento de carinho pela flor e essa flor será a nossa mascote para nos cumprimentar-mos. Mais tarde farei com eles flores de plástico para esse efeito(e até podem ser lavadas).
Espero ter ajudado.
Ninó
Ésta questão é de dificil solução, como fazer quando uma mãe nos chega com a criança e lhe diz "dá um beijinho à professora"?
Os afectos são fundamentais e nas nossas faixas etárias o contacto fisico sobrepôe-se a todas as palavras. As crianças descobrem o mundo com os sentidos e interiorizam-no dessa forma.
Para quem vai receber grupos novos ainda se torna mais dificil, concordo que os afectos se podem expressar de variadíssimas formas, só que restringi-lo totalmente pode ser mais prejudicial que o virus da gripe!
Num impulso inicial respondi de imediato ao inquérito que não ia deixar de dar e receber abraços e beijinhos! Mas como recusar, acusar e conter esta entrega e partilha que tanto nos aproxima de um grupo de crianças que iremos ver pela primeira vez e eles de nós? Será de facto complicado e poderá trazer consequências nos afectos estabelecidos.
Com ponderação, equilibrio e segurança procurarei estabelecer outras formas de comunicação afectiva com as crianças para que de alguma forma consiga criar laços com todas elas, procurando ilucidá-las que temporariamente este poderá ser um procedimento a evitar.
Mas tal como no impulso inicial que tive ao responder ao inquérito, nunca irei negar e afastar uma criança que na sua inocência me procure para ter o carinho que naquele momento necessita!
Bom Xinha, eu estou muito atrapalhada uma vez que sou "louca" por beijinhos e abracinhos. Como é que este ano posso brincar aos abracinhos?.. Vai ser muito difícil, vai, vai...
Já tinha convertido a tua canção e já a mostrei à sala. o mais complicado são os Pais, que continuam sem perceber que não dar um beijinho não é significado de má educação, é cuidado. Se calhar devia era ter mostrado este filme aos pais...
Porém, como em Educação de Infância tem que se viver devagarinho e um dia de cada vez, não vale a pena estar a fazer planos. Vamos acreditar no bom senso de todos e viver simplesmente. O mais importante é ir ao encontro das suas necessidades e interesses. O resto vem por acréscimo!
Luz
Glicéria, julgo que estamos perante um dilema muito grande, é evidente que nos Jardins de infância, nos entregamos de corpo e alma, agora então no inicio, em que para algumas crianças é tudo novo, como poderemos substituir o carinho, o afecto, o colinho, o aconchego, eu não consigo, ainda com a agravante, de a minha Auxiliar estar de atestado, tenho 8 crianças de 3 anos,e não tem sido muito fácil; se elas choram e querem um colinho; e aquelas que já estão comigo há 3 anos?Racionalmente sei que tenho que me "defender", mas depois na prática não é nada fácil.
Realmente esta questão é difícil...eu sou incapaz de passar um dia sem carinhos !!!Não me parece que anular por completo toda e qualquer espécie de contacto físico mais próximo seja uma solução possível, não é de todo praticável para quem trabalha com crianças!No meu caso, não são só os abraços e beijinhos, passo parte do dia no berçário, ai não há qualquer forma de evitar esse contacto próximo...
Em relação ao meu grupo que já tem todos 4 anos, desde sempre que tenho o hábito de dizer várias vezes a cada um deles/as a frase "gosto muito de ti...és muito especial!", talvez nesta fase reforce este hábito, mas não vou com certeza recusar um carinho em circunstancia alguma!
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