Por Glicéria Gil
Continuando a "conversa" iniciada ontem... tentando estreitar o caminho que poderá conduzir à explicação sobre o David e o Golias...
Pois, as famílias e a sua tomada de consciência poderá ser uma das nossas perspectivas enquanto educadores pelas razões sumariamente referidas neste post.
Mas recuemos um pouco atrás e vamos ver o que dizem as "autoridades" sobre a matéria.
Foi certamente a preocupação com as famílias que levou Maria de Lurdes Rodrigues numa entrevista que deu ao Diário Económico a referir que as escolas não devem encerrar por causa da GRIPE A.
MLR- A atitude tem que ser a contrária. É muito importante que a escola se mantenha como um espaço aberto. A autorização de encerramento será decidida pelas autoridades de saúde, como acontece agora em situações de epidemia ou de transtorno organizacional ou de saúde pública. Mas a orientação dada é no sentido de que a escola possa ser um espaço de protecção da contaminação e é para isso que as escolas estão a trabalhar. É muito importante continuar a garantir as refeições e o apoio às famílias. Se à menor perturbação a escola fechar, serão uma série de crianças e famílias afectadas, bem como todo o tecido económico. O trabalho que se está a fazer com as escolas é o contrário, é no sentido de garantir que será um espaço de protecção, mas não por encerramento. Ao contrário, mantendo-se aberta, evitando os contágios.
Estas decisões tomadas por quem é detentor do poder acarreta a responsabilidade e o dever de cidadania de cada um de nós para trabalharmos no sentido de prevenirmos o encerramento das escolas. E caso venham a acontecer casos de gripe nos nossos locais de trabalho que estes aconteçam espaçadamente, ou seja, sem a existência de picos elevados em curto espaço tempo que exigiriam o encerramento. Se todos os funcionários ou a maioria estiverem doentes ao mesmo tempo os JI não podem funcionar.
Porém é bom relembrar que "as escolas municiaram-se com planos de contingência para enfrentar o vírus da gripe A, porém, as medidas de contenção podem pouco contra um vírus que adora o frio e a humidade, sobretudo em espaços sobrelotados como as salas de aula"(Gregória Von Amann da DGS).
Ora temos aqui dois pontos de vista antagónicos. O primeiro situa-nos na perspectiva de David e o segundo na de Golias (história David e Golias). Se sabemos que as escolas são um dos sítios ideais para a propagação da doença, se sabemos que as escolas só serão fechadas se todos apanharem a gripe ao mesmo tempo, então também sabemos que devem ser estes os locais onde a prevenção deve ser mais cuidada e com poucas falhas. Se queremos que o vírus não entre, então não podemos abrir-lhe a porta.
Quando não decidimos pelo encerramento antecipado das creches, JI e escolas, em especial aquelas que podem ter menos pessoal, menos recursos materiais ou famílias em que se sabe que será difícil manter os padrões de higiene que são necessários para contrariar a propagação do vírus estamos a facilitar a vida ao Golias.
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