segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Já pensaste que...

Por Glicéria Gil


Já alguma vez pensaste que é bom ter olhos para ver o mundo

e ouvidos para ouvir os outros

e boca para dizer tudo aquilo que dizemos

e pernas para nos levar onde somos precisos

e mãos para ajudar os que delas precisam

e braços para estreitar os outros num abraço

e ombros para que alguém neles recline a cabeça fatigada

e cérebro para pensar em ajudar os outros

e coração para sentir as coisas que nem sempre compreendemos imediatamente

Já alguma vez pensaste como tudo isto é maravilhoso?

Leif Kristianson; Já pensaste que…; Lisboa, Editorial Presença, 1981

domingo, 6 de setembro de 2009

Castelo protegido, soldados alerta

Por Glicéria Gil

O início deste ano lectivo trará alguma apreensão e receio a muitas crianças. Para aquelas que já frequentaram o Jardim-de-Infância, as alterações no dia-a-dia poderão causar-lhes estranheza e preocupação, caso não tenham sido convenientemente informadas sobre a razão dessas mudanças nas rotinas do jardim-de-infância. Isto a propósito da GRIPE A vista na perspectiva das crianças pequenas. As atitudes e comportamentos dos adultos podem fazer toda a diferença. Às crianças é necessário explicar-lhes o "porquê" e fornecer-lhes informações correctas que possam ser compreendidas. Falamos de mudanças de comportamentos, outras maneiras de estar, outros cuidados a ter, quer para nossa protecção, quer para a dos outros. Caso isso não aconteça, a criança encontrará ela própria uma explicação para os acontecimentos, que certamente não será aquela que lhe trará mais segurança/confiança e menos ansiedade. Em todas as situações de doença, e esta não é excepção, criam-se mitos, tais como "se comer carne de porco apanha a gripe" ou "todas as pessoas vão apanhar a gripe" que poderão perturbar e assustar algumas crianças. E uma criança assustada é uma criança vulnerável.
Ao educador compete saber o que fazer e como fazer para tornar o seu grupo de crianças mais resiliente, como trabalhar este assunto em parceria com os pais, colegas, outros profissionais e pessoal da instituição. O que pode e deve fazer para minimizar a propagação da doença protegendo as crianças que tem a seu cargo.
Planos de contingência já circulam pelas escolas e jardins de infância. Muitos deles muito bem elaborados. Porém, nesses planos está implícita ainda que não seja vísivel, uma outra dimensão, a que podemos chamar a dimensão oculta, que é a que diz respeito às dificuldades/facilidades e às (des)informações dos profissionais que irão trabalhar no terreno. À partida, essa dimensão oculta poderá contribuir em larga medida para a eficácia e o sucesso da intervenção. Nos planos de contingência estão lá todas as acções que devem ser tomadas, quem as deve tomar e como actuar em cada situação. Medidas essas que estão relacionadas com espaços, aquisição de material e gestão de pessoal, como por exemplo, a existência de uma sala de isolamento, a máscara de protecção para quem acompanha uma criança doente até à chegada de familiares, os produtos desinfectantes, etc. Mas e as pessoas, neste caso específico os adultos das instituições, qual é o seu plano de contingência pessoal? Já sabem o que fazer e como fazer para minimizar o stress nas crianças, para evitarem os abraços e beijinhos, a não partilha de objectos pessoais, como lavar as mãos (muitas vezes ao dia) correctamente durante pelo menos 20´? E no que respeita à organização do espaço e do tempo será necessário alterar algumas rotinas da sala? Que áreas da sala poderão vir a ser mais problemáticas? Que recursos serão necessários? Fará sentido construir um espaço faz-de-conta relacionado com a saúde?
Isto só para referir algumas das questões que provavelmente serão colocadas nos próximos dias. A vigilância e a actuação do adulto junto de crianças pequenas tem que ser muito mais específica e ultrapassa a simples transmissão de informação. Porque por muito bem feito que esteja o plano de contingência, se as pessoas que o vão implementar falharem na passagem da mensagem ou no apoio/intervenção que levará as crianças a porem em prática os bons hábitos ...
Mas que ideia minha foi esta... os profissionais que trabalham nos jardins e nas escolas (educadores, professores, auxiliares, animadores) claro que sabem o que têm que fazer. Não era necessário ter escrito este post, mas já que o fiz, que se publique.
Como sei que por aqui também gostam de "pronto-a-vestir" aproveito o post e deixo uma história pré-pronta.

sábado, 5 de setembro de 2009

"Biscoitos com peixinhos dourados"

Por Juca

Na sequência do post anterior da Glicéria, aqui fica um pequeno contributo para educar para o optimismo as crianças portuguesas (pois nem todos os docentes dominam a língua inglesa...), através desta apresentação que inclui o texto traduzido.

Mais um recurso para trabalhar a Educação Emocional com crianças pequenas...


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O peixinho dourado

Por Glicéria Gil

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Em tempo de descanso, olhar o mar, o céu, sentir os grãozinhos de areia entre os dedos dos pés, suspirar, fechar os olhos, não pensar em nada ... comer um cracker, um goldfish, dar um mergulho, nadar daqui até além...
Passe a publicidade mas não é que o Fishful Guide é um óptimo recurso para preparar o início do ano lectivo. Surgem imediatamente em catapulta...Qual a nossa filosofia educativa? Porque educamos? Como educamos? Quem educamos? O que esperamos? O que esperam de nós? O que damos e recebemos? O que ganhamos e perdemos? e por aí fora...
Quando se vê ou se quer ver o mundo a preto e branco aparece sempre uma pontinha de "cor" para equilibrar essa desarmonia. Pelo menos eu acredito que sim. E já são muitos anos a acreditar. Ontem foi o encarnado, hoje é o dourado (laranja).

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O balão vermelho

Por Glicéria Gil




O balão vermelho filme dirigido por Albert Lamorisse, filmado em Menilmontat Paris. Incide nas aventuras de Pascal Lamorisse e um seu amigo muito especial. Ganhou um Óscar e a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1956.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Folheto GRIPE A para as famílias

Por Glicéria Gil

A DGIDC já colocou online o folheto GRIPE A que deverá ser entregue aos pais e encarregados de educação no 1º dia de aulas.


  • Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica
    (Escola Nacional de Saúde Pública em colaboração com a Direcção-Geral da Saúde e o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian)
    Recolhe elementos para caracterizar a resposta social, em reuniões de trabalho com os parceiros, no blog
    http://agircontraagripe.blogspot.com/ e no twitter http://twitter.com/ensp_unl


O Ministério da Saúde (Direcção-Geral da Saúde - microsite da gripe) faz diariamente um ponto de situação, relativamente à evolução da infecção da Gripe A.

Fonte:DGIDC

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Calendário Mensal de Higiene Oral





Calendário Mensal de Higiene Oral é um bom recurso para fomentar bons hábitos no que diz respeito à saúde oral das nossas crianças.

Cada criança deve registar diariamente, as vezes que lava os dentes, pintando os desenhos de meio-sol (manhã), sol (meio-dia) e lua (noite).





quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Educação Sexual na infância

Por Andreia Aleixo


O CORES (Centro de Orientação em Educação e Saúde)criou um guia para educadores de crianças entre os 0 e os 10 anos que se intitula "Guia do professor - Educação Sexual para crianças des 0 a 10 anos".
Neste documento poderá encontrar informação sobre a sexualidade infantil, desde a fase oral à fase genital, um quadro de interesses e perguntas frequentes das crianças de acordo com a sua faixa etária, aborda igualmente as vantagens da educação sexual, apresenta dicas para o trabalho em sala de aula, a metodologia para o trabalho em sala de aula e apresenta sugestões de leituras.
Na parte final do guia aborda questões como a masturbação, a homossexualidade, os jogos sexuais e abusos sexuais.

Site interessante:

EduSex


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Gripe A - Vídeos

Por Albertina Pereira

É sempre bom lembrar!



Mais informação sobre a gripe no microsite da gripe.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A minha caixa de arrumação

Por Glicéria Gil



Desde criança que gosto de separar. Não é propriamente manter as coisas arrumadas, mas sim colocá-las nos sítios próprios. Um blog é uma caixa onde se coloca tudo e mais umas botas. São selinhos, recadinhos, coisinhas ... é um sítio cheio de palavrinhas e bonequinhos que gostamos de mostrar aos outros. Alguns referem a existência de muito narcisismo, outros apontam estes espaços como lugares à solta onde cada um divaga a seu belo prazer. Alguns dos aspectos que caracterizam a blogosfera dizem respeito à quantidade, diversidade e diferença na estrutura e conteúdos dos blogs. Quem já me conhece um bocadinho sabe que eu gosto muito de ler blogs. Faço isso todas as manhãs e ao fim do dia. Se a tarde estiver a jeito pode ser que também faça mais umas leituras. Acompanho os amores e desamores de uma migalhinha da blogosfera. Vá lá que não tenho tendência para ir coleccionando os blogs que leio ... Mantenho-me fiel a uma meia dúzia.
Mas quanto aos blogs com o carimbo cá da casa a conversa já é outra. Tenho criado bloguitos por tudo e por nada. É fácil, rápido e faz-me perder imenso tempo. Mas gosto das coisas assim, cada uma em seu lugar à espera de ser aberta.
Neste blog, como digna dispensa do andar de duas assoalhadas que arrendei ao blogger, ficam as coisas que ocupam muito espaço na cozinha, sala, casa de jantar, arrecadação e quarto. Não, esse blog não é o local do atafulhamento, onde se põe aquilo que não se quer. Nada disso. Lá guarda-se o que pode vir a fazer falta amanhã. Uma história sobre a menina Vitória, uma canção sobre o rapaz do blusão, uma experiência com a ciência ou o relato sobre um sapato. Seria bom estar tudo o que se precisa à mão de semear... pois era ... mas não está, vai estando.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quase pronto

Por Glicéria Gil




Algumas mudanças no layout e mais umas arrumações e estamos prontos para deixar a silly season. A equipa conta com a entrada de novos editores. Procuramos a diversidade aliada à experiência. Iremos comunicar, estabelecer laços e construir pontes. Contamos com editores a partir dos vinte e dois anos até aos cinquenta e dois. Trinta anos nos separam e trinta anos nos aproximam. Que haja iniciativa, motivação e acima de tudo muita vontade de construir e partilhar.
Por que sabemos que cada vez mais é difícil construir um mundo saudável, então o que pudermos fazer que o façamos com empenho, seriedade e honestidade. Sejamos como um simples farrapo de algodão esvoaçando na imensidão da vida. Alguém o apanhará, alguém o aceitará.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Caso sério

Por Glicéria Gil

Ainda não começaram as "aulas" mas as preocupações já vão regressando. Saber que nome dou à sala, o que faço nos primeiros dias, ponho tapete ou não (para mim pensei numa cadeira confortável), é higiénico dar bolachinha aos bebés e depois eles andarem por ali à cata de migalhinhas, ainda por cima agora que só se fala em gripe para aqui, gripe para acolá, faço fila um a um, dois a dois, tudo em molhe e fé em deus, saio para o recreio a que horas, como organizo as actividades, o que ponho na sala, quantas mesas, lugares marcados ou não, parece-me que as cadeiras são muito altas para as crianças de 3 anos, não gosto nada do modo como a minha colega deixou a sala organizada, as cortinas do fantocheiro são horríveis, mas como podia ela gostar de cortinas amarelas às bolinhas azuis numa sala toda cor-de-rosa, a casinha das bonecas vai para ali, a garagem para aqui, ó diabo onde é que eu ponho o baú das trapalhadas, os placards vou decorá-los, ponho dois elefantes do lado direito, uma girafa do lado esquerdo, um papagaio em cima e uma barata em baixo, e ainda tenho que ver o caso das almofadas (ou tenho uma para cada criança ou então vai haver guerra), será que a auxiliar é prestável, espero que goste de trabalhos manuais, ai que saudades que tenho de fazer a prendinha para o natal, o que será que vou (vamos) fazer este ano, mas o melhor mesmo é pensar no que os meninos vão levar para casa no primeiro dia, já estou a ver os pais (alguns) todos babados a receber a oferta do filho, e eu tão orgulhosa do meu papel.
Estão a ver? Ainda faltam 10 dias para o recomeço e a minha cabeça já fervilha...

Nota: Esclareço que este é um post humorístico. Poderia ter escrito sobre o tempo de espera na linha Saúde 24 ou sobre o calor deste Verão. Um dia faço isso.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sentimentos à flor da pele

Por Glicéria Gil



"La escuela ha cerrado sus puertas a los sentimientos, se nos dice, como si los pudiésemos dejar fuera. Recuerdo mis temores en los pri meros días de escuela, la angustia ante el examen, mis miedos y mis ale grías, que todo hubo en mi dilatado proceso educativo. Lo cierto es que, los contenidos sentimentales, no se han trabajado explícitamente y, como consecuencia, se nos han colado, entre los dedos, los sentimien tos no deseados."

O tempo do (re) começo aproxima-se e com ele algumas incertezas, angústias, expectativas... tempo de ser e estar, tempo nosso e dos outros.Tempo de adaptação, socialização. Tempo de olhar, ver e observar. Tempo de sentir e permitir.
Deve ser por isso que ato sentimentos com palavras, procurando razões para simplificar, para o tal bem-estar ... Sempre o sentir. Por isso leio Cristóbal Gómez Mayorga.